quinta-feira, 2 de abril de 2009


Diário de Leitura
Desenvolvendo o agir crítico do aluno.


O diário de leitura é um instrumento para trabalhar a leitura de qualquer tipo de texto por meio de reflexões e impressões escritas. Constitui-se em um novo espaço de diálogo do aluno com o texto, um espaço totalmente privado, onde ele pode adotar linguagem informal, sem se preocupar com "certo" ou "errado", de modo a se colocar livremente diante dos textos.

Abuse do "eu"...do que você pensa..relacione-se ao maximo com o texto lido.
Diário de Leitura de Noara Bolzan Martins (UNIFRA)

Noara Bolzan Martins - meu diário de leitura.

QUINTA- FEIRA, NOVEMBRO 12, 2008.
CHATS NA WEB: A LINGUAGEM PROIBIDA E A QUEDA DE TABUS - Júlio Cérar Araújo.

Para a aula de produção textual II recebi um artigo chamado "Chats na web: a linguagem proibida e a queda de tabus". Achei muito interessante logo que li o título. Confesso que nunca havia parado para analisar bem os tipos de linguagem dos chats- até porque eu não aderi ainda a esse veículo de comunicação! Com essa leitura, pude "clarear" alguns conceitos sobre o assunto.

Logo no início do artigo, Preti(1983, apud ARAÚJO, 2008, p. 312), afirmou que "o léxico é o campo da língua que melhor espelha a dinâmica social"...OK! Então, o que falamos em nosso cotidiano está intrinsecamente ligado aos nossos costumes e valores. "[...] porque os juízos da sociedade [...] se transferem para o léxico", sustenta Preti(1983, apud ARAÚJO, 2008,p. 313). Lembrei a forma como a "gurizada" se comunica hoje em dia - blasfêmia/ palavrão estão, naturalmente, nas ruas também. Os meninos aqui do meu bairro conversam, chamando uns aos outros com palavrões ( que eu ia citar aqui, mas percebi não haver tanta necessidade) e isso parece ser normal. Os valores estão rapidamente se transformando!

Seguindo a leitura, estou compreendendo um pouco melhor alguns fatores que dão uma ajudinha para que essas mudanças de valores ocorram. A mídia dá um bom empurrãozinho para isso... Ela alcança a maior parte da população, independente das classes sociais, e alguns programas lançados por ela, como os reality shows (Júlio usa como um dos exemplos) corroboram para que haja um outro olhar sobre atitudes e formas de comunicação diferenciadas (eróticas). "[...] (E)m tempo de reality shows, como o popular Big Brother Brasil (BBB) da Rede Globo, o proibido passa a ser matéria de publicação do que antes as pessoas faziam questão de ocultar". Ok... O erotismo sempre existiu, mas em seu devido lugar. O erotismo livre na TV, nas revistas, nas músicas, ele rapidamente vai para as ruas, passa a ser o comum e o exagerado, então se torna o vulgar. Como ele já está por todos os lados, o erótico/ vulgar, além de ser um fator normal na comunicação de algumas pessoas, é comum e está no jeito de vestir e no comportamento.


Mesmo que eu não tenha nascido na era do proibido, da censura, e que seja de uma época mais moderninha, não fui criada com tanta "liberdade de expressão" (de palavrão) e acho que modernidade e progresso não se tratam disso. Fico assustada quando penso na possibilidade de as gerações mais novas que a minha transformarem os palavrões e as grosserias em parte da comunicação com os pais (se bem que com eles isso já faz parte), com os avós , com os professores, com os desconhecidos. O respeito já não anda lá essas coisas e pode piorar. Isso definitivamente me dá medo! Eu acredito que através da comunicação, da linguagem podemos mudar o mundo. É o uso da palavra articulada e escrita que nos liga com outras pessoas, com o planeta...Que mundo iremos mudar com essa linguagem dos chats? Salvem o que há de melhor... a comunicação.


Por Noara Bolzan Martins
Gêneros Textuais


Resenha:
A resenha deve ser feita com base em alguma coisa que "você" leu, sendo possível colocar opiniões próprias. Para escrever uma "boa" resenha são necessárias várias leituras do texto a ser resenhado.
Para facilitar na hora de escrever uma resenha crítica acadêmica é importante seguir alguns passos:

  • Identificar a obra: situar o leitor, colocar dados bibliográficos do livro ou artigo a ser resenhado.
EX: O artigo "Tílulo do Artigo" de "Autor do Artigo", busca analisar "Assunto do texto a ser resenhado"...

  • Descrever a estrutura: Falar sobre a divisão do livro ou artigo, trazendo o número de capítulos, partes e páginas do texto completo.
EX: O artigo está dividido em "Número de capítulos", sendo que cada parte encontra-se inserida ao longo das "números de páginas"...

  • Descrever O conteúdo: Resumir por partes o texto resenhado, nunca esquecendo de fazer referências ao autor do livro ou artigo.
EX: Na primeira parte o autor ..., na parte seguinte "Nome do autor" retoma ...

  • Análise de forma crítica: Nessa parte, você vai dar sua opinião.
EX: "Considerei o artigo interessante, pelo fato de o mesmo trazer..."

  • Recomendar a obra: É hora de analisar para quem o texto é útil (acadêmicos, professores...).
EX: " Recomendo-o principalmente aos acadêmicos, pois este...".
Resenha de Marta Dinarte (UNIFRA)


Uma análise da polifona discursiva em resenhas críticas acadêmicas

Antonia Dilamar ARAÚJO (Universidade Estadual do Ceará)

O artigo "Uma análise da polifonia discursiva em resenhas crítica acadêmicas" de Antonia Dilamar Araújo da Universidade Estadual do Ceará, busca analisar a polifona presente nas resenhas críticas acadêmicas, ou seja, a multiplicidade de vozes.
O artigo está dividido em quatro partes, sendo que cada parte encontra-se inserida ao longo das dezessete páginas do artigo. A autora, desde a introdução, procura esclarecer ao leitor de que as "resenhas críticas acadêmicas", que em um primeiro momento pareciam ser monofônicas, passam a ser polifônicas, pois estas contém outras vozes, além da voz da resenhista.
Na primera parte, a autora assume alguns "pressupostos teóricos", como os de Bakhtin (1992) que considera o discurso, como sendo construído pelo menos entre duas pessoas. Logo, o texto será um conjunto de vozes que interagem e constroem o sentido do mesmo. Levando em consideração os pressupostos de Bakhtin, podemos considerar os textos como polifônicos e heterogêneos, pois estes são constituídos de várias vozes, retomando outros autores e/ou opondo-se a eles.
Para dar uma maior ênfase ao texto polifônico, Antonia Dilamar Araújo retoma Barros, Koch e Ducrot. Barros caracteriza o texto polifônico como "aquele em que são precebidas muitas vozes, por oposição aos textos monofônicos que escondem os diálogos que os constituem". Koch, por sua vez, caracteriza a polifonia como um fenômeno pelo qual em um único texto se fazem ouvir vozes e pontos de vista diferentes.
Na visão de Ducrot, a poilifonia se dá no nível do locutor, ou seja, do resenhista, e no nível do enunciador, que pode ser marcado por pontos de vista diferentes. Esse tipo de poilifonia pode ser observado nas resenhas críticas acadêmicas, pois nessas se faz necessária a retomada de várias vozes que servirão de apoio ao resenhista.
Na segunda parte do artigo, para analisar a polifonia e a heterogeinidade presente nos discursos acadêmicos, a autora adotou uma seção de metodologia e examinou dez resenhas críticas acadêmicas, com o objetivo de "analisar os efeitos de sentidos gerados pela diversidade de vozes".
Na parte seguinte, após a análise concluída, observou-se que as vozes "são introduzidas de diversas maneiras" : 1º) Discuso atributivo direto, este vem sempre marcado por aspas; 2º) discurso indireto em que o resenhista apresenta a voz do autor de forma parafraseada.
Os operadores argumentativos são uma outra forma de introduzir "vozes" no texto. Ao discutir o conteúdo e construir argumentos, o resenhista introduz outras vozes por meio dos operadores de comparação e de contraste e, ao final, os operadores de conclusão revelam a posição do resenhista quanto à obra. As formas pronominais na organização entre os participantes do discurso. As duas formas mais usadas são o "eu", que apresenta a voz do resenhista e "ele", "eles", que é a voz do autor do livro resenhado.
Após toda a análise anterior, a autora conclui que as vozes são introduzidas de diferentes formas. Também observou que a voz do resenhista tem um papel bem definido, que é a avaliação e recomendação (ou não) do livro.
Ao término da leitura, considerei o artigo muito interessante, pelo fato do mesm0 trazer, de forma clara e suscinta, explicações sobre a presença da polifonia nas resenhas acadêmicas. Recomendo-o principalmente aos acadêmicos, pois este apresenta uma linguagem bem acessível e traz um número de informações de grande relevância, sendo assim, auxilia o acadêmico na produção de resenhas, nos trabalhos de pesquisa, entre outros.


Por Marta Dinarte